A educação para surdos é um tema que tem gerado muitas discussões e debates ao longo dos anos. Isso se deve, principalmente, à diversidade de opiniões e modelos de educação existentes, que nem sempre são consensuais entre os especialistas da área.

De acordo com a perspectiva de Silva e Favorito (2019), existem quatro modelos principais de educação para surdos: o modelo clínico, o modelo da integração, o modelo da segregação e o modelo bilíngue.

O modelo clínico é baseado em terapias, tratamentos e reabilitação, que visam corrigir a deficiência auditiva dos indivíduos surdos. Neste modelo, a língua de sinais é vista como um sinal de atraso e limitação do desenvolvimento da fala e da comunicação oral.

O modelo da integração tem como objetivo incluir os surdos nas escolas regulares, proporcionando-lhes uma educação convencional e utilizando a língua de sinais apenas como um recurso complementar. Embora esse modelo promova a inclusão social dos surdos, ele ainda pode gerar barreiras de comunicação e dificuldades de aprendizagem.

Já o modelo da segregação preconiza a educação exclusiva para surdos em escolas especializadas, onde a língua de sinais é a principal forma de comunicação e o conteúdo educacional é adaptado às necessidades dos alunos surdos. Embora haja a preocupação de promover a acessibilidade e a igualdade de oportunidades educacionais, este modelo pode levar a uma segregação social dos surdos.

Finalmente, o modelo bilíngue é baseado no reconhecimento da língua de sinais como uma língua legítima e na adoção de uma abordagem bilíngue-bicultural. Nesse modelo, a língua de sinais é a língua materna dos surdos e é utilizada como a principal forma de comunicação na escola, enquanto que o português escrito é ensinado como uma segunda língua. Essa proposta visa valorizar a cultura surda e promover sua inserção social e acadêmica.

A perspectiva de Silva e Favorito (2019) é que o modelo bilíngue é o mais adequado para proporcionar uma educação inclusiva e de qualidade para os surdos, ao promover o uso da língua de sinais como uma forma legítima de linguagem e a valorização da cultura e identidade surda.

Em resumo, os diferentes modelos de educação para surdos têm seus prós e contras. No entanto, a perspectiva de Silva e Favorito (2019) nos mostra que o modelo bilíngue pode ser uma alternativa mais viável e eficiente para promover a inclusão social e acadêmica dos surdos.